Estórias da História

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O dia em que Santa Teresa expulsou o demónio usando água benta

Santa Teresa D'Ávila é uma das maiores santas da história da Igreja. Uma religiosa do século XVI, mística e doutora da Igreja, e ensina que "não há nada como água benta para afugentar os demónios".

O que poucos sabem são as experiências que a levaram a essa conclusão, que ela escreve em sua autobiografia.

No capítulo 31, ela conta um momento em que foi assediada por um demónio:

"Fora de seu corpo parecia haver uma grande chama, era imensamente brilhante e não fazia sombra. Ele me disse de uma maneira horrível que consegui escapar de suas mãos, mas que ainda me seguraria."

Amedrontada, tentou distraí-lo com o sinal da cruz. O demónio a deixou, mas logo retornou. Isso aconteceu várias vezes, até que Teresa percebeu que tinha água benta ali perto. "Então eu lancei um pouco na direção da aparição", ela escreveu, "e nunca voltou".

Em outro trecho ela escreveu: "o diabo estava comigo por cinco horas, me torturando com dores tão terríveis e com a inquietação interna e externa que eu não acredito que poderia ter sofrido por mais tempo. As irmãs que estavam comigo ficaram muito assustas e não tinham idéia do que fazer comigo". "Ela só encontrou alívio depois que pediu água benta e atirou no lugar onde viu o demónio.

É na sua explicação de tudo isso que a famosa citação vem.

"Por uma longa experiência aprendi que não há nada como água benta para afugentar os demónios e evitar que voltem novamente. Eles também fogem da Cruz, mas retornam; a água benta deve ter uma grande virtude".

Ela continua: "Por minha parte, sempre que a tomo, minha alma sente um consolo particular e notável. Na verdade, é bastante habitual que eu sinta um refrigério que não consigo descrever, assemelhando-se a uma alegria interior que conforta toda a minha alma."

"Isso não é uma coisa extravagante, ou algo que me aconteceu apenas uma vez, foram mais de uma vez e eu observei com muita atenção. É, digamos, como se alguém com muito calor e sede bebesse de uma jarra de água gelada, ele sentiria refrescar todo o corpo. Muitas vezes, reflito sobre a grande importância de tudo ordenado pela Igreja e me agrada muito achar que essas palavras da Igreja são tão poderosas que dão seu poder a água e a tornam tão diferente da água que não foi abençoada".

"Quo Vadis?": a história da fuga de São Pedro de Roma e seu retorno para a crucificação

No ano de 64 d.C., o imperador Nero começou uma perseguição contra os cristãos. Temendo que São Pedro caísse nas garras do imperador, os primeiros cristãos o aconselhavam a sair de Roma para se proteger. Pedro ficou indeciso: ficar e correr o risco de desaparecer junto com a Igreja nascente ou fugir para a Galileia ou Tiberíades e proclamar, bem longe de Roma, as verdades de Cristo?

Pedro quis abandonar Roma. Porém o Senhor interveio, saiu ao seu encontro.

Pela manhã, ao cruzar a Porta Latina da cidade, Pedro enxergou uma luz muito forte, vindo em sua direção. Quando a luz se aproximou, ele reconheceu Jesus Cristo, carregando uma cruz. Diante de Cristo, Pedro deixa cair o bastão, se ajoelha, levanta os braços e diz: "Quo vadis, Domini?" (Aonde vais, Senhor?). E Cristo lhe responde: "Romam vado iterum crucifigi" (Vou a Roma para ser crucificado novamente).

Pedro compreendeu, então, que seu lugar era em Roma, entre seus cristãos perseguidos, a exemplo de Cristo, o Bom Pastor, que dera a vida pelas ovelhas de seu rebanho. Envergonhado de sua atitude, Pedro voltou para Roma, para continuar o seu ministério, acabou sendo preso e crucificado pelo imperador Nero, porém, de cabeça para baixo, em sinal de humildade.

A surpreendente história do monge que viveu 37 anos em cima de uma coluna

Desde o início da história da Igreja, muitas pessoas têm feito coisas surpreendentes, movidos pelo seu amor a Deus. Uma grande parte passou longas horas rezando, dias de jejum, etc. No entanto, há uma história muito inusitada, pouco conhecida e extremamente interessante de um santo chamado Simeão, que por amor a Deus passou 37 anos em cima de uma coluna.

Você quer saber por que ele fez isso?

Simeão nasceu em 392, na Cilícia, perto de Tarso. Quando criança, era pastor até que, motivado pelo sermão das bem-aventuranças, decidiu se tornar um monge.

Enquanto se preparava para entrar no mosteiro, o seu desejo de ser santo foi aumentando, e um dia teve uma visão. Viu a construção do edifício da sua santidade e uma voz lhe dizia: "Somente quando você for humilde o suficiente será santo".

Quando finalmente pôde entrar no mosteiro (com 15 anos) começaram a ficar evidentes as provas de amor que dava ao Senhor com seus sacrifícios. Seu primeiro grande ato de amor aprender de cor todos os salmos; ele sentiu a necessidade de rezar todos eles a cada semana (21 por dia).

Reconhecendo-se pecador, sabendo que precisava lutar contra as tentações, inventou o cilício, uma corda picada amarrada na cintura para fazer penitência. Seus superiores não gostaram da ideia; embora reconhecessem que Simeão fazia isso por amor a Deus, tinham medo de que os outros irmãos pudessem exagerar no uso e se machucar.

Então, ele decidiu fugir e foi viver em uma cisterna abandonada, ficando ali 5 dias em oração. Como a quaresma está se aproximando, ficou lá 40 dias em jejum total. Os primeiros 14 dias foram orar em pé; os 14 seguintes, sentado, e o restante dos dias, encostando-se. Este exercício espiritual foi se repetindo em todas as quaresmas da sua vida.

Mesmo morando em uma caverna, sua fama se espalhou, e penitentes de diversos países vizinhos o procuravam para serem aconselhados e até pedaços de sua capa eram levadas como relíquia.

Para evitar essa situação de fama, Simeão inventou um modo de vida nunca antes conhecido na até então curta história da Igreja: ele construiu uma coluna de três metros de altura, ficando exposto ao céu, a chuva e ao vento. Então percebeu que muitos fiéis continuavam indo atrás dele, então levantou a coluna até que chegasse a medir 17 metros. Lá passou os últimos 37 anos de sua vida!

Sua vida em cima da coluna era muito sacrificante. Comia apenas uma vez por semana, mas aproveitava todo o tempo que restava para orar. Algumas vezes em pé, outras ajoelhado e outros tocando o chão de sua coluna com a frente. Um padre levava a Santa Comunhão para ele todos os dias.

Como muitos se aproximavam da coluna para pedir conselhos, Simeão aproveitava a oportunidade para pregar o evangelho. De acordo com o testemunho que temos desse tempo, muitos chegaram lá em meio a rixas saíram reconciliados, outros faziam exames de consciência e pagavam todas as suas dívidas e os ricos perdoavam as dívidas dos pobres. Uma vez um assassino famoso foi até Simeão para ouvir sua pregação, e depois de ouvir saiu gritando e chorando pedindo perdão a Deus.

Seus superiores também foram visitá-lo, mas para pô-lo a prova, e pediram-lhe que descesse imediatamente. Simeão sabia que sem humildade e obediência não poderia ser santo, então começou a descer. Seus superiores, vendo sua docilidade, gritaram para ficar, porque entenderam que esta era a vontade de Deus.

E assim foi até que ele morreu no ano 459, enquanto orava de joelhos com a cabeça baixa. No local onde estava a coluna foi construído um grande mosteiro para os monges que queriam fazer penitência. Hoje o mosteiro está em ruínas e é conhecido como Qal'at Sim'an (mansão de Simon).

A Idade Média, os monges e o progresso

O Prof. Léo Moulin, agnóstico ou ateu belga, reconhece a benéfica influência do Cristianismo e, em especial, da Regra de São Bento na evolução da cultura e da civilização.

Mostra como a Regra de São Bento, legislando para os monges, fez transbordar sobre toda a sociedade medieval e posterior certos princípios de disciplina, diligência e ordem no trabalho, que propiciaram a criação de grandes empresas industriais e culturais. São Bento, aliás, hauriu das Escrituras Sagradas a sua mentalidade; ora a Bíblia incute ao homem certo otimismo em relação à natureza, obra de Deus Criador, que confiou ao casal humano o mandato de explorar e dominar as criaturas inferiores. A mesma fonte bíblica deu a saber ao homem que o universo foi criado com sabedoria e lógica; a própria razão humana, sendo dom de Deus, merece a confiança do homem; conscientes disto, os medievais cultivaram a inteligência, resultando daí grande número de Universidades e belas obras de arte (catedrais, especialmente), que supõem dinamismo, coragem e saber científico entre os homens da Idade Média. Esta, portanto, não foi o período obscuro do qual sem o devido conhecimento de causa.

Costuma-se comentar a influência que o Calvinismo, fundado no século XVI, exerceu sobre o desenvolvimento comercial e econômico dos países que o adotaram. O senso religioso levou os calvinistas a se dedicarem "religiosamente" às suas atividades profissionais, donde resultou (em parte, ao menos) a rede colonial da Inglaterra e da Holanda.

Todavia é menos conhecida a influência sadia que a fé católica exerceu sobre os monges e as populações medievais em favor do progresso da civilização. Aliás, deve-se dizer que o Cristianismo, bem entendido e vivido, foi e será sempre um estímulo para a construção de um mundo mais humano, fraterno e, por conseguinte, mais feliz.

O Prof. Léo Moulin, agnóstico e ateu, belga de 82 anos de idade, tem-se manifestado sobre o assunto. Já em PR 310/1988, pp. 115-120 foi publicada uma entrevista desse mestre sobre a Idade Média, acentuando os seus valores positivos. Léo Moulin voltou à temática em 1990 por ocasião do nono centenário do nascimento de São Bernardo (1090-1153), desta vez focalizado mais explicitamente o papel dos monges da Idade Média no progresso da civilização. Visto que a questão é de grande importância para dissipar equívocos, passamos a resumir tópicos de um artigo do Prof. Moulin publicado na revista "JESUS", dezembro de 1990, pp. 103-107, com o título "Luminosissimo Medioevo!"

Invenções e Descobertas

A Idade Média ocidental ocupa lugar importante na história do desenvolvimento tecnológico, pois registrou uma série de invenções e descobertas que lhe dão preeminência sobre quanto ocorreu na mesma época fora do âmbito europeu. Sejam recordados: a bússola, as lentes de óculos, a roda com aros, o relógio mecânico com pesos e rodas ("invenção mais revolucionária do que a da pólvora e a da máquina a vapor", conforme Ernst Junger), o canhão (em 1327), a caravela (em 1430), a própria imprensa, a ferradura de cavalo, que permite ao animal correr sobre terrenos inóspitos, os moinhos de água, de maré, de vento...

Isto tudo fez que o Ocidente se encontrasse em melhores condições de civilização do que outras partes do mundo no século XVI.

A Regra de São Bento

Antes de todas estas, houve outra grandiosa "invenção", que é a Regra de São Bento (+ 547).¹ Nesta encontramos elementos necessários ao bom andamento de uma empresa moderna.

Com efeito. Além do Ora (Oração), São Bento ensina o valor e a sistematização do Labora (Trabalho). Imagina, sim, o seu discípulo como um operário (RB Prol 14) que trabalha com mãos e ferramentas na oficina do Mosteiro (RB 4, 75-78). O trabalho é essencial à identidade monástica, seja o manual, seja o intelectual, seja o artístico ou artesanal. No decorrer da Regra, São Bento ilustra as motivações do Labora:

- o trabalho corresponde a um gênero de vida pobre, que exige a labuta pessoal para poder manter-se; cf. RB 48,8;

- o trabalho é serviço à comunidade e aos hóspedes, a exemplo do que fez Cristo; cf. RB 48, 1-25; 53, 1-23;

- o trabalho é desenvolvimento dos talentos que Deus entregou ao homem e cuja aplicação ele vai julgar; cf. RB 4,75-77;

- o trabalho ajuda os pobres e evita a ociosidade, que é inimiga da alma; cf. RB 48,1.

São Bento quer que o trabalho seja executado "bem", "com serenidade", "sem tristeza" e "sem murmuração"; cf. RB 34,6; 35, 13; 40, 8s; 53, 18.

Trabalhar em comum é, para São Bento, um valor, tanto que os monges culpados de faltas graves são excomungados não só da oração e da refeição comunitárias, mas também do trabalho com os irmãos: "Que seja suspenso da mesa e do oratório o irmão culpado de faltas mais graves... Esteja sozinho no trabalho que lhe for determinado" (RB 25, 1.3).

A Regra de São Bento, portanto, formou os monges (e, consequentemente, a sociedade) no sentido da diligência e da disciplina do trabalho. De modo especial, ela incutiu (e incute) dois valores muito estimados no mundo industrial moderno:

- a pontualidade. São Bento não transige a respeito. Prevê sérias punições para quem chega atrasado à oração litúrgica ou ao refeitório (RB 43); ao sinal dado de madrugada, levantem-se todos sem demora (RB 22); quem recebe uma ordem, deve executá-la prontamente (RB 5);

- atenção ao que se faz. São Bento formula uma norma decisiva: "Controlar a todo momento os atos de sua própria vida. Actus vitae suae omni hora custodire" (RB 4,48). É preciso, pois, estar presente de corpo e alma àquilo que se faz, sejam grandes, sejam pequenas coisas. A Regra prevê punições leitura, à qual todos devem prestar atenção, de modo que ninguém converse e só se ouça a voz do leitor (RB 38, 5). Haja absoluta limpeza, especialmente na cozinha (RB 35,6-11). A perda ou a quebra de qualquer objeto durante o trabalho requer satisfação da parte de quem comete a falha (RB 46, 1-4).

São Bento também pede que os monges não se entristeçam se a necessidade do lugar ou a pobreza exigirem que se ocupem em trabalhos extraordinários, "porque então são verdadeiros monges se vivem do trabalho de suas mãos, como também os nossos Pais e os Apóstolos" (RB 48,8).

Estes princípios de ordem ascética, inspirados pelo amor à disciplina do Evangelho, contribuíam para que os mosteiros se tornassem grandes centros agrícolas e artesanais em toda a Idade Média, irradiando em torno de si amor ao trabalho, organização e método modelares para a posteridade. Essa sistemática não tinha em vista simplesmente produção e lucro materiais, mas era inspirada pelo espírito de fé e apoiada em razões monásticas. Assim, por exemplo, um texto do século XI explica por que foi adotado um moinho de água na comunidade: "...a fim de que os monges tenham mais tempo para dedicar-se à oração".

Em seu afã de trabalhar para exercer disciplina e evitar a ociosidade (inimiga da alma), os monges dedicaram-se a quase todas as atividades produtivas: exploraram minas de carvão, salinas, metalurgia, marcenaria, construção... Assim, por exemplo, os monges cistercienses fabricaram fornos para produzir tijolos grandes, dotados de furos para facilitar a sua cozedura e manipulação; eram os chamados "tijolos de São Bernardo! Montaram na Borgonha fábricas de telhas, que eles espalharam por diversas regiões.

Aliás, a própria Regra de São Bento pede que o mosteiro tenha em suas dependências tudo de que necessita para viver: "Seja o mosteiro construído de tal modo que todas as coisas necessárias, isto é, água moinho, horta e os diversos ofícios se exerçam dentro do mosteiro, para que não haja necessidade de que os monges vagueiem fora, pois de nenhum modo isto convém às suas almas" (RB 66,6s). Ora esta norma da Regra não podia deixar de ser forte estímulo para a criatividade dos monges. O capítulo 57 da mesma Regra trata dos artesãos que, com a autorização e a bênção do Abade, trabalham no mosteiro como monges, e pede que os preços dos respectivos artefatos sejam mais baixos do que os preços do comércio de fora: "Quanto aos preços, não se insinue o mal de avareza, mas venda-se sempre um pouco mais barato do que pode ser vendido pelos seculares, para que em tudo seja Deus glorificado" (RB 57, 7-9).

Sabemos ainda que em 1215 os maiorais da Inglaterra, tanto leigos quanto clérigos, obtiveram do rei João sem Terra o reconhecimento da Magna Carta (Libertatum), Grande Carta das Liberdades, que promulgava direitos da população e que se tornou o fundamento da Constituição liberal da Inglaterra e o embrião dos posteriores sistemas políticos parlamentares. Ora, um século antes disto, em 1115 a Ordem Cisterciense¹ concebera o sistema de governo mais prático que se conhece: o Capitulum Generale (Capítulo Geral), assembleia internacional da qual fazem parte representantes de todos os mosteiros e dotada de poder legislativo. A instituição do Capitulum Generale foi adotada por Ordens e Congregações Religiosas posteriores e tornou-se modelo para o regime de muitas sociedades de caráter internacional.

É preciso ainda apontar duas características da mentalidade medieval, de grande importância na história subsequente.

Duas notas marcantes

Confiança na razão

Para os medievais, o mundo era obra de um Deus sábio e lógico, distinto do próprio mundo (em oposição a todo panteísmo). Por conseguinte, o mundo lhes aparecia como algo que pode ser conhecido pelo homem mediante a sua razão; não é um fantasma nem uma armadilha. Dizia no século XII o teólogo francês Guilherme de Conches: "Deus respeita as próprias leis". E no século seguinte Santo Alberto Magno (+ 1280) afirmava: "Natura est ratio. A natureza é a razão ou é racional". Em consequência, os estudiosos medievais se aplicaram ao raciocínio e à pesquisa (como a podiam realizar na sua época) com plena confiança no acume da razão, sem, porém, cair no racionalismo, pois acima da razão admitiam as luzes e as verdades da fé...

Um dos exemplos mais clássicos desse tipo de estudiosos é o inglês Rogério Bacon (1214-1294), chamado "Doutor Admirável". Ingressou na Ordem dos Franciscanos em 1257 e pôs-se a comentar as obras de Aristóteles. Posteriormente dedicou-se à pesquisa científica, recorrendo a um método experimental, que foi precursor do método adotado por Francis Bacon (1561-1626); assim procedendo, fez descobertas no setor da ótica. Planejou diversas invenções mecânicas: máquinas a vapor, barcos máquinas voadores... Em seus escritos encontrou-se uma fórmula da pólvora, que ele pode ter tomado dos árabes numa época em que os europeus quase não a conheciam. Deixou obras famosas: Opus Maius, Opus Minus e Opus Tertium.

Os resultados dessa confiança dos medievais na razão humana fizeram-se sentir nos séculos subsequentes: em 1608 contavam-se mais de cem Universidades na Europa e nenhuma no resto do mundo (exceto na América Latina, onde os espanhóis expandiam a sua cultura). Dessas Universidades, mais de oitenta tiveram origem na Idade Média, como genuína expressão da cultura medieval. Diz-se com razão que as Universidades e as catedrais exprimem autenticamente a Idade Média; na verdade, os medievais atingiram o primado mundial de altura de cúpula na catedral de Amiens (1221), com 42,30 metros, mede 142 metros de altura: só foi ultrapassada pela Torre Eiffel de Paris em 1889, com 320 metros.

Dinamismo

A Escritura Sagrada transmite aos seus leitores uma atitude dinâmica em relação ao universo que os cerca. Logo em suas primeiras páginas formula o desígnio divino: "Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança; domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra" (Gn 1, 26). E após a criação do homem se lê a ordem divina: "Enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra" (Gn 1, 28).

O salmo 8, por sua vez, canta o poder do homem sobre os seres que o cercam:

"Que é o homem para que dele te recordes?... e o filho do homem, para que dele tenhas cuidado? Não obstante, Tu o fizeste um pouco inferior aos anjos...e lhes deste poder sobre as obras de tuas mãos, tudo colocaste debaixo dos seus pés".

No Novo Testamento lê-se que Cristo, ao encerrar sua missão pública, mandou aos apóstolos que fossem pregar o Evangelho no mundo inteiro; cf. Mt 28, 18-20.

Por conseguinte, a atitude do esforço, da luta, do empreendimento, da resposta ao desafio...é muito familiar ao cristão. Pode-se dizer que foram os cristãos que realizaram os progressos da ciência (tenha-se em vista o mundo ocidental comparado com o oriental ou asiático e africano!), as grandes aventuras da conquista intelectual, econômica, marítima... Foram otimistas e dinâmicos, conseguindo belos e valiosos resultados.

Estas poucas observações são suficientes para percebermos a notável contribuição do Cristianismo para o avanço da cultura, da ciência e da civilização... na história da humanidade. E, dentro do Cristianismo, merece certamente relevo especial o monaquismo ocidental tal como São Bento (+ 547) o concebeu e a Ordem Cisterciense, com São Bernardo à frente, o desenvolveu.

¹ Citaremos a Regra de São Bento usando a sigla RB; os números seguintes indicarão respectivamente capítulo e versículo(s). A abreviatura Prol significa Prólogo.

É de notar que não sem motivo o Papa Paulo VI em 1964 declarou São Bento "Patrono do Ocidente". Este deve muitos dos seus valores aos escritos e à obra de São Bento.

¹Cisterciense é o monge Cister; segue a Regra de São Bento tal como foi entendida pelos reformadores de Cister, entre os quais está São Bernardo de Claraval (+ 1153).

Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 347 - Ano - 1991 - p. 177

POR PROF. FELIPE AQUINO

Como eram as confissões nos primórdios da Igreja?


As primeiras confissões

Hoje, erroneamente, muitas pessoas acreditam que o Cristianismo representou um súbito abandono do pensamento e das práticas do antigo Israel - algo tão completamente novo que os contemporâneos de Jesus dificilmente reconheceriam essa fé cristã.

Entretanto, a verdade é exatamente o contrário. De fato, os primeiros cristãos mantiveram muitas das práticas do judaísmo antigo, as quais se tornaram, agora, revestidas de um novo sentido.

Os cristãos construíram suas próprias "sinagogas" e, até o ano 70 d.C., se encontravam regularmente no Templo de Jerusalém.

Alguns observavam o tradicional repouso sabático no sábado, e principalmente, no Dia do Senhor, o domingo. Adotaram em seus cultos muitas orações, bênçãos e formas litúrgicas do Judaísmo.

Nos últimos anos, os estudiosos têm dedicado maior atenção para "as raízes judaicas da liturgia cristã", e vários deles têm procurado demonstrar em detalhes precisos como as refeições rituais e os sacrifícios de Israel se desencadearam na refeição ritual e no sacrifício do coração da vida cristã: a Missa.

O mesmo é válido para o que a Igreja chama hoje de o sacramento da Confissão, o sacramento da Penitência, o sacramento do perdão, o sacramento da Reconciliação. O novo Israel, a Igreja Católica, não abandonou as práticas eficazes dos seus antecessores. Tanto que encontramos cristãos se confessando, tanto nas primeiras gerações, quanto em cada época seguinte.

O tema da confissão aparece duas vezes num dos mais antigos documentos judaico-cristãos que temos, independentemente da Bíblia. A Didaqué, ou a Instrução dos Apóstolos, é uma compilação de ensinamentos morais, doutrinais e litúrgicos. Alguns estudiosos modernos afirmam que partes deste documento foram compostas na Palestina ou em Antioquia por volta do ano 48 d.C.

Diz a Didaqué: "Na igreja, confessarás tuas faltas e não entrarás em oração com má consciência" (4,14). Este ensinamento vem após longa lista de mandamentos morais e instruções sobre a penitência.

Num capítulo posterior, fala da importância da confissão antes de receber a Eucaristia: "Reuni-vos no Dia do Senhor para a Fração do Pão e rendei ação de graças [em grego, Eucaristia], depois de haverdes confessado vossos pecados, para que vosso sacrifício seja puro" (14,1).

Mais tarde, mas ainda no primeiro século, provavelmente entre 70 e 80 d.C., encontramos a Carta de Barnabé repetindo, palavra por palavra, a Instrução da Didaqué: "Confessa os teus pecados e não te apresentes em má consciência para a oração" (19).

Ambos, a Didaqué e a Carta de Barnabé, podem insinuar que os cristãos confessavam seus pecados publicamente, pois a expressão "na igreja" pode ser traduzida também por "na assembleia". Sabemos que, em muitos lugares, a Igreja pode ter administrado a Penitência desta forma. Contudo, a prática foi abandonada nos séculos seguintes por razões pastorais evidentes - por exemplo, para poupar o penitente do constrangimento, poupar as vítimas de qualquer vergonha, e por uma questão de sensibilidade. Esta é uma forma da Igreja aplicar sua piedade de um jeito ainda mais misericordioso.

Encontramos nosso próximo testemunho no início do século seguinte, por volta de 107 d.C.: Santo Inácio, bispo de Antioquia, que desenvolve a ideia de penitência a serviço da comunhão, como ele escreve ao povo de Filadélfia, na Ásia Menor. "A todos aqueles que se arrependem, o Senhor concede o perdão, se apresentam sua penitência em união com Deus e em comunhão com o bispo" (Carta aos Filadélfios 8,1). De acordo com Santo Inácio, a marca do cristão perseverante é a fidelidade à confissão. "Pois todos os que são de Deus e de Jesus Cristo estão também com o bispo. E a todos quantos, no exercício da penitência, voltarem-se para a unidade da Igreja, estes também pertencem a Deus e podem viver de acordo com Jesus Cristo" (Carta aos Filadélfios 3,2).

A opção da confissão era evidente para os Padres da Igreja. Em 96 d.C., o Papa São Clemente de Roma disse: "Mais vale ao homem confessar suas faltas do que endurecer seu coração" (Carta aos Coríntios 51,3).


Embora o sacramento tenha estado connosco desde o dia da ressurreição

de Jesus, os cristãos o praticaram de variadas maneiras. A doutrina da Igreja sobre a Reconciliação se desenvolveu, também, ao longo do tempo. Em sua essência, o sacramento permaneceu o mesmo, embora em alguns particulares possa parecer diferente em determinadas épocas.

Por exemplo: no início, em alguns lugares, os bispos ensinavam que certos pecados - quais sejam: homicídio, adultério e apostasia - poderiam ser confessados, mas não absolvidos nesta vida. O cristão que os tivesse cometido nunca poderia voltar a receber a Comunhão, embora pudesse contar com a misericórdia de Deus na hora da morte. Em outros lugares, os bispos absolviam de tais pecados, mas somente depois que os pecadores cumprissem pesadas penitências, o que poderia levar anos de intensa luta cotidiana para cumpri-las.

Ao longo do tempo, a Igreja foi modificando essas práticas a fim de torná-las menos penosas e de encorajar os cristãos a encontrar forças na Eucaristia para vencer o pecado e fazer com que os pecadores arrependidos não caíssem em desespero.

Nem todos os cristãos estavam ansiosos para acolher os pecadores de volta ao rebanho. Alguns argumentavam que a Igreja era melhor sem esses fracos e desajustados. A questão veio à tona no norte da África, e chegou até um homem chamado Cipriano, bispo de Cartago (248-258 d.C.). Era um tempo de perseguições onde alguns cristãos bravamente enfrentavam a morte, enquanto outros - é triste dizer - renunciavam a Cristo, quando colocados diante da ameaça de morte ou de tortura. Alguns desses que cometiam esse "lapso" na fé, mais tarde, se arrependiam da decisão tomada e procuravam ser readmitidos na Igreja. Contudo, eles encontravam forte oposição dos outros cristãos que haviam sobrevivido às torturas sem renunciar a Cristo.

Cipriano sustentava que os pecadores arrependidos deveriam ser readmitidos à Eucaristia, depois de realizarem as penitências prescritas pela Igreja. Ele pedia a todos os pecadores, grandes ou pequenos, para que tirassem proveito do sacramento da Reconciliação, pois, em tempos de perseguição, eles não sabiam, nem o dia nem a hora, em que seriam chamados. (Na verdade, seja qual for o momento, nós não sabemos o dia nem a hora em que seremos chamados a enfrentar o nosso juízo final). Dizia São Cipriano:

Rogo-vos, amados irmãos, para que cada um confesse seu pecado, enquanto aquele que pecou ainda estiver neste mundo, enquanto sua confissão puder ser recebida, enquanto a satisfação e a remissão feitas pelo sacerdote estiverem agradando ao Senhor. Voltemo-nos para o Senhor com todo o nosso coração; e, expressando arrependimento pelo nosso pecado com verdadeira tristeza, supliquemos a misericórdia de Deus. [...] Ele mesmo nos diz de que maneira devemos nos apresentar: "Voltai para mim - oráculo do Senhor - de todo o coração, fazendo jejuns, chorando e batendo no peito! Rasgai vossos corações, não as roupas!" (Jl 2,12s).

Cipriano pôde evocar o profeta Joel que exortava um povo "gentio" a fazer sua confissão. Por quê? Porque o profeta, o Salvador, e o santo compartilhavam um entendimento comum da confissão, da conversão e da aliança. A missão da Igreja, do próprio Cristo, foi proclamar esse entendimento como o Evangelho, como uma boa nova: "e no Seu nome [no de Cristo] será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém" (Lc 24,47).

Ao ler os Padres da Igreja, vemos que, onde quer que o povo professasse o Cristo, eles confessavam seus pecados aos sacerdotes da Igreja. Vemos isso nos escritos de Santo Irineu de Lião, que serviu na França de 177 a 200 d.C.. Encontramos em Tertuliano, no norte da África, por volta de 203 d.C.; e em Santo Hipólito de Roma, cerca de 215 d.C.. O estudioso egípcio Orígenes14, por volta do ano 250 d.C., escreveu sobre "a remissão dos pecados através da penitência...quando o pecador... não se envergonha de dar a conhecer o seu pecado ao sacerdote do Senhor e a buscar uma cura de acordo com aquele que diz, 'revelei-te o meu pecado, o meu erro não escondi'. Eu disse: 'Confessarei ao Senhor as minhas culpas', e tu perdoaste a malícia do meu pecado" (Sl 32 [31], 5).

Conheça a verdadeira origem do Santo Rosário

Ao falarmos de Rosário não nos referimos necessariamente ao cordão de pequenas contas. Alguns dizem que o rosário é uma cópia do Mala ou também conhecido como rosário budista e outros que tem origens pagãs.
Apesar dos cordões com contas terem semelhanças e servirem para contarem orações não quer dizer que este ato indique ou que se pronuncie as mesmas orações e com a mesma finalidade.

O Mala, cordão de contas utilizado pelos budistas, contém 108 contas relacionadas astrologicamente às 12 casas astrológicas multiplicadas pelo 9, número de planetas no nosso sistema solar. Eles chamam de mantra cada oração que fazem.

O rosário para os cristãos católicos é a oração das Ave Marias com o Pai Nosso e pode ser feito com dezenas, num anel, com o rosário ou até contando nos dedos das mãos. A palavra Rosário significa Coroa de Rosas.

ORIGEM DO ROSÁRIO

Muitos acreditam que foi São Domingos de Gusmão o responsável pela criação do rosário, mas sua origem é anterior ao tempo deste Santo, que na verdade foi um grande propagador desta devoção. A oração do Rosário é composta de duas formas de oração, a mental e a verbal. Mental, porque se medita as passagens da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Verbal, porque se reza a Ave Maria e o Pai Nosso.

O Rosário como conhecemos é composto de 20 Pai Nossos e 200 Ave Marias, com 4 mistérios, gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos. No entanto, não era assim na Antiguidade. Diz-se que nos povoados perto dos monastérios recitavam um conjunto de 150 orações, geralmente Pai Nossos, imitando a recitação dos 150 salmos da Bíblia feita pelos monges.

A substituição dos Pai Nossos pelas Ave Marias deu-se por volta do século XI, época em que esta oração se popularizou. Era então composta apenas da primeira parte que conhecemos. Referindo-se às passagens bíblicas da Anunciação do Nascimento de Jesus pelo Arcanjo Gabriel a Maria: Ave Maria, cheia de graça o Senhor é contigo (Lc 1,28). A outra passagem bíblica é a saudação que o Espírito Santo inspira Isabel quando Maria vai visitá-la: Tu és bendita entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre (Lc 1, 42). A segunda parte da Ave Maria, que começa com Santa Maria Mãe de Deus, foi adicionada pelo Papa São Pio V em 1558.

AS CONTAS

Para contar as Ave-marias no princípio, eram utilizadas sementes atreladas a uma corda em grupos de 10, sem dúvida assim era mais fácil carregar para a oração. O nome de rosário para esta oração só foi adotado no século XIV.

O nome latino Rosarium, ou jardim de rosas, se aplicava a canções de amor medievais, inspirando os cânticos de amor a Maria. No séc. XIV, as 150 ave Marias se dividiram em 15 dezenas de 10 Ave Marias, cada uma antecedida por um Pai Nosso. A meditação dos mistérios da vida de Cristo e Maria viriam mais tarde.

Criação dos Mistérios do Rosário

Por volta de 1400, Adolph de Essen compôs uma obra intitulada: O Pequeno Rosário de Santa Maria, onde sugeria meditar a vida de Cristo enquanto se recitava as orações. Depois, no séc. XV, Alan de la Roche compôs 150 temas para meditação e, aconselhou, que se meditasse sobre a Encarnação nas primeiras 50 Ave Marias, sobre a Paixão nas seguintes 50 e sobre a Ressurreição, Ascensão e Glorificação nas últimas 50. Esta forma deu origem aos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos como conhecemos hoje. Os mistérios da luz foram adicionados pelo Papa São João Paulo II no ano de 2002.

O Papa Pio V instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário em 7 de outubro de 1572. Em 1883, o Papa Leão XIII determinou que o mês de outubro todo fosse dedicado ao Rosário. Originalmente a reza do rosário era sem a ladainha, foi o Papa Leão XIII em 1 de Setembro de 1883, quem recomendou concluir durante o mês de outubro (mês do Rosário) a recitação do Rosário com o canto das cantilenas lauretanas, aquelas próprias do Santuário de Loreto. Assim se pensou que as cantilenas eram parte da oração do Rosário, quando na realidade são um ato de culto em si mesmas.

História da Igreja: Igreja e os Povos Bárbaros

A partir do século IV, deu-se o importante acontecimento das invasões bárbaras no Império Romano, que contribuiu fortemente para constituir a Cristandade da Idade Média; os novos povos, a princípio repelidos pelos habitantes do Império, acabaram fundindo-se com estes, resultando daí o cristão medieval, que configurou a Igreja da sua época.

A origem de tais invasões está no fato seguinte: os hunos, saindo dos desertos da Mongólia (Ásia), conquistaram uma parte da China, mas foram impelidos para o Ocidente por outros povos invasores. Entraram, portanto, na Europa Oriental e Setentrional, onde estavam alojados povos não conquistados pelos romanos: os godos, os alamanos, os francos, os lombardos... Estes, cedendo à pressão dos hunos, tiveram que invadir o Império Romano. As primeiras tentativas foram repelidas pelos romanos; mas na segunda metade do século IV o Império estava enfraquecido do ponto de vista militar e administrativo, de modo que não pôde resistir.

Em 376, os visigodos atravessaram o Danúbio; entraram na Grécia, na Ilíria (Iugoslávia) e chegaram até Milão (Itália). Não se consideravam conquistadores do Império, mas aliados dos romanos. Os vândalos, porém, os ostrogodos, os lombardos... se mostraram mais ferozes, de modo a acelerar a derrocada do Império. Roma caiu finalmente em 476 sob os golpes dos ostrogodos, chefiados por Teodorico (471-526); um dos generais deste, Odoacro, destituiu o último Imperador, Rômulo, e fez-se proclamar rei da Itália.

Vejamos qual a atitude dos cristãos frente aos novos povos.

O receio dos cristãos

A população do Império Romano, embora resultasse da justaposição de povos diferentes vencidos pelo Império, sentia-se una, pois compartilhava a mesma civilização, que era chamada "a România". Esta era oposta à barbáries - palavra onomatopaica que tentava reproduzir a rudez e a dureza características dos invasores (bar + bar). Aliás, os romanos já haviam sido considerados bárbaros pelos gregos; transferiam então este tratamento para os germanos.

Para os romanos feitos cristãos, as invasões bárbaras eram motivo de especial pavor. Com efeito; para os discípulos de Cristo, Roma fora, de certo modo, um esteio da propagação do Evangelho: suscitara a paz romana e a fácil comunicação entre diversos povos, favorecendo assim a pregação missionária. - Verdade é que o Império Romano pagão e perseguidor é mal visto em certos escritos do Novo Testamento, que identificam Roma com a Babilônia prevaricadora; ver 1Pd 5,13; Ap 17,5. Todavia, apesar das perseguições, os cristãos eram beneficiados pelas estradas e pela unidade política do Império, de modo que alguns escritores da Igreja atribuíam a este uma função providencial. Em consequência, muitos pensadores julgavam que, se Roma caísse sob os golpes dos bárbaros, o mundo acabaria; tal era a ligação que estabeleciam entre Roma e a história. O escritor Lactâncio, por exemplo, escrevia no começo do século IV:

"É visível que o mundo está ameaçado de queda próxima. A única circunstância que pode atenuar nossos receios, é o fato de que a cidade de Roma ainda subsiste em estado próspero. Mas, quando esta capital do universo for vencida e dela não restar senão um acervo de ruínas..., não teremos mais nenhum motivo para duvidar da iminência do fim do mundo. Esta cidade por si conserva e sustenta tudo" (Instituições Divinas VII, XXV, 5)

Podemos sentir o estado de ânimo temeroso dos cristãos através das palavras de S. Jerônimo (? 420)), que foi um dos homens mais eruditos do seu tempo:

"Meu coração estremece pensando nos desastres do nosso tempo. Eis mais de vinte anos que entre Constantinopla e os Alpes Julianos o sangue é derramado diariamente... Quantas damas, quantas virgens de Deus, quantos corpos nobres e delicados não foram joguetes dessas feras selvagens? Os Bispos são levados em cativeiro, os sacerdotes assassinados juntamente com clérigos de diversas Ordens; as Igrejas são devastadas, os cavalos amarrados junto aos altares de Cristo como em estrebaria; os despojos dos mártires são extraídos da terra. Em toda parte, há luto, gemidos e a sombra da morte. O mundo romano desmorona, e a nossa cabeça orgulhosa não se dobra... Tivesse eu cem línguas, cem bocas, uma voz de bronze, nunca, nunca eu poderia contar tantas desgraças!" (epístola IX 16).

Em 410, o visigodo Alarico penetrou e saqueou Roma. S. Jerônimo comenta em 411:

"Hoje quis aplicar-me ao estudo de Ezequiel; mas, no momento preciso em que comecei a ditar, senti tal perturbação pensando na catástrofe do Ocidente - e principalmente na devastação de Roma - que, como diz o provérbio, as próprias palavras me faltaram. Por muito tempo fiquei em silêncio, bem consciente de que estamos na época das lágrimas.

Neste mesmo ano, depois que expliquei três livros de Ezequiel, uma subitânea invasão dos bárbaros... desencadeou-se como uma torrente sobre o Egito, a Palestina, a Fenícia, a Síria, tudo arrastando consigo. Foi graças à misericórdia de Cristo que escapei das mãos deles"(ep. 126,2).

No citado comentário sobre Ezequiel, ainda escreve S. Jerônimo:

"Quem teria acreditado que essa Roma, construída sobre vitórias obtidas em todo o universo, viesse um dia a desmoronar?... Quem teria acreditado que, para os seus povos, Roma viria a ser mãe e sepulcro?... Que todas as regiões do Oriente, do Egito e da África se cobririam de escravos (homens e mulheres) vindos de Roma, outrora senhora do universo? " (Prefácio ao livro III, XXV).

Todavia o horror dos cristãos havia de ceder a outros sentimentos.

Olhar mais otimista

O pavor foi substituído por confiança e esperança em virtude dos seguintes fatores:

1) Os invasores iam penetrando cada vez mais, e o mundo não acabava... Os cristãos foram vendo que se esboçava uma nova situação geral e que o Senhor parecia exigir deles que a assumissem, em vez de se fecharem na perplexidade. - Uma nova atitude aflorava à mente dos cristãos, sugerida pelo sacerdote Salviano de Marselha (? 480): em vez de deterem sua atenção apenas na barbárie dos novos povos, fizessem os cristãos o seu exame de consciência; não bastava professar a fé católica, para esperar as bênçãos de Deus; era preciso viver de acordo com essa fé; Salviano aponta então os vícios da civilização romana, dada aos prazeres e espetáculos fúteis; os habitantes do Império são coniventes com graves abusos, como a embriaguez, a luxúria, a mentira, os falsos juramentos, o orgulho... Ao contrário, dizia o escritor, os invasores têm seus traços de vida positivos: amam uns aos outros, ao passo que os romanos se odeiam mutuamente; são castos, principalmente os godos e os saxões; ignoram as impurezas do circo e do teatro; o deboche, entre eles, é crime, enquanto para os romanos é motivo de vã glória. Há pobres viúvas e órfãos que escolheram viver em meio aos godos e não se dão por frustrados. Os bárbaros são hereges, sim (professavam o arianismo), mas isto é culpa dos romanos, que lhes transmitiram a heresia.

Os historiadores reconhecem exagero nos dizeres de Salviano. Pouco depois São Cesário, Bispo de Arles (? 452), descreveria vivamente as depravações dos bárbaros. Como quer que seja, as observações de Salviano evidenciam que entre os cristãos ia ocorrendo uma sadia reconsideração dos acontecimentos; esta levava à emenda de vida pessoal e não ao desânimo. Os cristãos deveriam adaptar-se à nova situação e procurar continuar a trabalhar, salvando dos escombros o que pudessem salvar.

2) Os bárbaros levaram ao Império Romano envelhecido seus valores próprios: eram povos de mentalidade inculta, infantil e carente; reconheciam a insuficiência de sua civilização e de suas crenças e abriam-se com facilidade para o patrimônio da cultura romana, que evidentemente era superior. Ao lado dos seus defeitos morais, tinham seus traços de dignidade: acentuado sentimento de honra, espírito de solidariedade com a família e a sua estirpe, matrimônio rigidamente monogâmico, fidelidade à palavra empenhada... A Igreja bem poderia valorizar esse patrimônio moral e lançar dentro dos seus moldes as sementes do Evangelho.

3) As invasões bárbaras contribuíam para extinguir a cultura pagã do antigo Império Romano, que conservava seus redutos ainda no século VI. A mensagem de Cristo assumida pelos novos povos permitiria construir um mundo relativamente novo, mais homogeneamente cristão. Para conseguir isto, a Igreja dispunha de elementos importantes: grandes Bispos, dotados de irradiação, e os mosteiros, que eram focos de espiritualidade, cultura e missão evangelizadora.

A evangelização dos bárbaros

Quase todos os povos germânicos reconheciam três divindades principais: Ziu (deus supremo do céu), Donar ou Thor (deus do trovão) e Wodam ou Odin (deus das tempestades e dos mortos). As suas crenças religiosas, porém, estavam abaladas por terem deixado as suas terras de origem e terem entrado em contato com civilizações e religiões estrangeiras. Estavam, portanto, abertos ao anúncio de uma mensagem religiosa mais sólida.

Não é possível reconstituir com minúcias o processo de conversão de cada povo germânico ao Cristianismo. Apenas se podem apresentar os seguintes traços seguros:

1) Tal conversão não se deu, como na antiguidade, em virtude de ação missionária dos cristãos junto aos familiares e amigos, mas ocorreu por efeito da decisão do chefe da respectiva tribo; os súditos costumavam seguir o exemplo do chefe.

2) Entre os germanos, a vida civil e o culto religioso estavam estritamente associados entre si. Por isto a conversão de uma tribo não era apenas um fato religioso, mas constituía também um acontecimento político.

3) Na conversão dos germanos ao Cristianismo, antes de Carlos Magno, não houve recurso a meios violentos. Todavia algumas tribos, como as dos visigodos e dos vândalos, usaram de violência contra os cristãos.

4) Os germanos, com exceção dos francos, fizeram-se cristãos primeiramente sob a forma do arianismo, seguindo o exemplo dos visigodos. Algumas hordes permaneceram arianas até o seu ocaso (ostrogodos, vândalos); outras o abandonaram para tornar-se católicas, ainda que tardiamente (visigodos, suevos, burgúndios...).

Examinemos em particular a conversão dos visigodos e a dos francos.

Os visigodos

Os visigodos foram os primeiros povos germânicos a abraçar o Cristianismo. No século III alguns de seus indivíduos se tornaram católicos por obra de prisioneiros ou de missionários com quem tiveram contato. Todavia o grande arauto da fé, entre eles, foi Úlfilas (311-383); ordenado Bispo dos godos por Eusébio, Bispo ariano de Nicomedia, pregou durante mais de quarenta anos a fé ariana entre os seus compatriotas; traduziu para o godo quase toda a Bíblia e admitiu a língua goda na liturgia. Úlfilas assim trabalhou com o apoio dos Imperadores Constâncio (337-361) e Valente (364-378), que procuravam fazer do arianismo a religião do Estado.

Os visigodos constituíram um foco missionário do mundo germânico oriental, de modo que, sob o seu influxo, todos os povos germânicos orientais acolheram a doutrina de Cristo sob a forma ariana.

Os francos

Dentre as tribos germânicas, a dos francos havia de desempenhar papel especialmente importante na história da Igreja. Na segunda metade do século V passaram das margens do Reno para a Gália. O seu rei Clodoveu ou Clóvis (481-511) casara-se com a princesa católica Clotilde. Esta o persuadiu de mandar batizar os dois filhos. Mais tarde, Clodoveu achou-se em difícil situação ao enfrentar o exército dos alamanos; fez então o voto de tornar-se cristão, caso vencesse. Tendo sido bem sucedido, recebeu o Batismo das mãos do Bispo S. Remígio de Rheims no Natal de 496, juntamente com 3.000 homens do seu séquito. Entre os motivos da decisão do rei, estava o desejo de obter o apoio dos Bispos para o jovem reino franco.

A conversão de Clóvis e dos francos teve enorme importância: visto que os outros chefes germânicos eram pagãos ou arianos, Clóvis apresentou-se aos povos católicos do Ocidente como o protetor da religião ortodoxa. Este fato mereceu, para a França, o título de "filha mais velha da Igreja". Clóvis, também dito "o novo Constantino", e seus sucessores tiveram grande ingerência nos assuntos internos da Igreja - o que equivale a um certo cesaropapismo no Ocidente. A corte desses reis não dava o exemplo de autêntica vida cristã, pois era afetada por crimes e impudicícia; a Igreja empenhou-se por salvar da decomposição o reino dos francos e fazê-lo baluarte da história dos próximos séculos.

PROF. FELIPE AQUINO 

8 Lições que podemos aprender com os santos sobre a família

1- "Ocupemos o último lugar. Ninguém brigará convosco por causa dele." Santa Teresinha do Menino Jesus.

Respeitando a hierarquia familiar, claro, "reinar é servir". Não um serviço deliberadamente escravizante, que penaliza o corpo e desgasta a alma, mas um serviço repleto de amor daquele que tem como grande realização ver seu próximo, de modo bem particular seu cônjuge, caminhar em direção ao Céu.
Colocar-se à disposição, principalmente afetivamente, é trabalhar para a construção do reino de Deus ainda na terra.

2- "A dedicação é a medida do amor." São Pedro Julião Eymard

São Pedro diz isso ao olhar para São José, em tudo dedicado à Puríssima Virgem Maria e ao Menino Deus? Sim. Mas além de sua visão sobrenatural, estava também sua condição natural: sua esposa e filho. Este homem não mediu esforços para que a vontade de Deus fosse realizada, despojando-se de todas as seguranças humanas em inúmeras situações durante sua vida, tendo em vista apenas o bem-estar e o cuidado com seu Filho e esposa.
O que mais pode evidenciar o valor dessa relação, se não o tempo e esforços que empenhamos em função dela?

3- "Deus move-se entre os tachos." Santa Teresa de Jesus

Acrescento ao que disse a Santa Madre: move-se entre as fraldas sujas, as roupas a serem lavadas, os brinquedos pela casa, e além. Senta-se conosco naquelas mamadas de madrugada, na febre que não baixa... Precisamos apenas saber encontrá-Lo. Deus nos preparou esta família que temos, Ele permanece connosco em cada uma das situações, alegres ou dolorosas, que esta mesma família nos propicia. Ainda mais nos trabalhos que nos fazem realmente declarar nosso amor em atos.

4- "Rezar como se tudo dependesse de Deus, agir como se tudo dependesse de nós." Santo Inácio de Loyola

As seguranças humanas nos roubam do abandono em Deus, mas dedicar-se à oração e à fé não tem que ser sinônimo de esperar que nossas conquistas e bênçãos caiam do céu, em nosso colo, embaladas para presente.
Não me lembro de haver passagem nas sagradas escrituras em que alguém tenha recebido de Deus um milagre, uma bênção, sem que tivesse se esforçado para tal ou ainda, permanecesse inerte após a graça recebida. Os curados fisicamente abandonaram as macas e as esmolas, as mulheres foram ao templo louvar a Deus pelos seus filhos em seus ventres estéreis. E Moisés para sair do Egito? E os apóstolos voltando ao mar, contra todas as possibilidades de pesca?
É preciso e rezar, confiar, se entregar a Deus, mas jamais esquecer que a providência de Deus vai agir em nossas vidas através de nós, instrumentos, em vários aspectos: material, espiritual, humano e físico.

5- "Cada um de nós tem suas próprias opiniões e isso não se opõe à virtude. O que se opõe à virtude é o apego que temos às nossas opiniões." São Francisco de Sales

O casamento é uma comunhão de pessoas e, como tal, composta por pessoas diferentes, com origens diferentes, histórias diferentes, caminhos distintos, mas que se sujeitaram a viver em profunda união, caminhar para o mesmo rumo. Isso, muitas vezes, vai exigir que abramos mão daquilo que concebemos como certeza e mais: sem perdas. Ou melhor, sem prejuízo. Por quê? Porque muito do que se perde nessas renúncias é o nosso orgulho e amor-próprio, ainda que se esteja certo de possuir a verdade. A humildade nos fará maiores diante de Deus e mais valorosos como esposo ou esposa.

6- "Dai-me almas e ficai com o resto." São João Bosco

Dom Bosco nutriu grande amor pelas crianças e jovens e por quê? Ele teve sonhos repletos de revelações sobre a perdição das almas, então lhe veio ao coração assumir como missão de vida a frase acima. Por isso precisava cuidar dessas almas. Eram seus alunos, seus "filhos espirituais" que povoariam o Céu e mais, se perderiam para sempre caso não houvesse quem os alertasse sobre os perigos desse mundo.
Que preocupação deveria ser maior que a nossa do que a salvação das almas dos nossos filhos? O que pode ser maior do que uma vida perene ao lado de Deus? Quanto do nosso dinheiro poderia pagar pela coroa da glória que nossos filhos podem receber no céu? Quantas conquistas profissionais ou bens materiais poderiam abrir a porta dos céus aos nossos filhos?
Precisamos dar a Deus crianças santas. E, sobretudo, pedir a Deus a graça de colaborar neste processo.

7- "Fazei tudo por amor. Assim não há coisas pequenas, tudo é grande. A perseverança nas pequenas coisas, por amor, é heroísmo." São Josemaria Escrivá

Essa dispensa muitos comentários. O que move o mundo (o nosso mundo) não são as grandes batalhas, as mega-indústrias, as montanhas de dinheiro. A diferença é feita naquele colinho aconchegante da mãe que vence a madrugada amamentando ou que cozinha enquanto vigia o dever de casa do filho. Daquele pai que troca seu momento de relaxar ao chegar do trabalho para curtir aquele momentinho no fim do dia, com as crianças, antes do jantar. A diferença é feita no coração daquela filha que retribui a dedicação da mãe, recolhendo os brinquedos antes da história de dormir e o faz com alegria. Ou daquele menininho que, mesmo contrariado, dá um beijo e um abraço no irmão, pedindo desculpas pelo brinquedo roubado.
É a simplicidade que conquista espaço no coração de Deus e que dilata o coração do homem para Aquele que primeiro nos amou.

8- "Se morro, morro de amor pela Santa Igreja." Santa Catarina de Sena

Nossa vocação não é um chamado de amor por nós mesmos. Apesar de nos sentirmos satisfeitos com nosso casamento, apesar de ter filhos também poder ser um ato de autorrealização, é importante lembrar que não o fazemos por nós. Fazemos primeiro por amor a Deus. É por Ele e para Ele que deixamos nossos pais e nos unimos ao cônjuge, em sociedade, visando seus frutos: os filhos e o Céu.
Nossos filhos são o futuro da Igreja, esposa de Cristo. O futuro temporal e o futuro perene. Serão eles os padres, os bispos, irmãs e futuros pais. A permanência da Igreja do mundo depende de nós.
Nada feito por amor a Deus é perdido. Nada.

O dia em que Santa Teresa D'Ávila venceu o demônio com o poder da água benta

Santa Teresa D'Ávila é uma religiosa, mística e Doutora da Igreja do século XVI, que em suas memórias relatou como, após uma longa experiência, aprendeu que "não há coisa de que os demónios fujam mais, para não mais voltar, do que a água benta".

O que não é tão conhecido são as experiências que a levaram a essa conclusão, que a santa descreve em sua autobiografia, o "Livro da vida".

"Eu estava certa vez num oratório e me apareceu, do lado esquerdo, uma figura abominável; percebi especialmente a boca, porque falava: era horrível. Parecia que lhe saía do corpo uma grande chama, muito clara, sem nenhuma sombra. Disse-me, aterrorizando-me, que eu me livrara de suas garras, mas que voltaria a elas", revelou Santa Teresa no início do capítulo 31 de sua obra.

Em seguida, assustada, tentar espantá-lo com o sinal da Cruz. O demónio a abandonou, mas logo voltou. Isso aconteceu várias vezes, até que notou que tinha água benta perto: "Isso me aconteceu por duas vezes. Não sabendo o que fazer, peguei da água benta que ali havia e lancei-a para onde essa figura se encontrava. Ela nunca mais voltou".

Em outro momento, Santa Teresa escreveu que o demónio esteve cinco horas a atormentando "com dores e desassossegos interiores e exteriores tão terríveis que pensei não poder suportar. As pessoas que estavam comigo ficaram espantadas e não sabiam o que fazer, nem eu a que recorrer".

A santa admitiu que só encontrou alívio depois de pedir água benta e jogá-la no local onde viu um demónio perto. É na explicação desse fato que é dada a conhecer a sua citação mais famosa.

"A partir de muitos fatos, obtive a experiência de que não há coisa de que os demónios fujam mais, para não mais voltar, do que da água benta. Eles também fogem da cruz, mas retornam. Deve ser grande a virtude da água benta", assinalou.

Mais tarde, assegurou que conheceu o consolo da alma depois de tomar a água, o que lhe gerou "uma espécie de deleite interior" que a confortava.

"Não se trata de ilusão nem de coisa que só aconteceu uma vez, mas sim de algo frequente que tenho observado com cuidado. Digamos que seja como se a pessoa estivesse com muito calor e sede e bebesse um jarro de água fria, sentindo todo o seu corpo refrescar. Penso em quão importante é tudo o que a Igreja ordena, e alegra-me muito ver que tenham tanta força as palavras que comunica à água benta para que esta fique tão diferente da comum", continuou.

Santa Teresa D'Ávila conta muitas outras histórias sobre o poder da água bento no restante do capítulo.

POR PROF. FELIPE AQUINO

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/o-dia-em-que-santa-teresa-davila-venceu-o-demonio-com-o-poder-da-agua-benta-14401/

Estudos confirmam a idade da "tumba de Jesus" em Jerusalém


Segundo o ACI (30/11/2017), os resultados de testes científicos recentes proporcionados à 'National Geographic' parecem confirmar que a Igreja do Santo Sepulcro, lugar onde ocorreu a Crucificação, sepultura e Ressurreição de Cristo, tem aproximadamente 1.700 anos, tal como afirma a tradição herdada dos primeiros cristãos.

A tradição afirma que a igreja foi construída no local da tumba de Jesus, 300 anos depois da sua morte.

O estudo não informa se a tumba realmente guardou o corpo de Jesus depois da sua crucificação, mas, a 'National Geographic' indicou em 28 de novembro que os testes realizados por 50 especialistas da Universidade Técnica Nacional de Atenas, na cova de calcário, revelam que o lugar teria sido construído no ano 345 d.C., durante o reinado do Imperador Constantino tal como indica a tradição cristã.

Santa Helena, a mãe do imperador, supostamente descobriu a tumba ao redor do ano 327. Quando o seu filho tornou legítimo o cristianismo no Império, os romanos construíram uma igreja sobre a tumba.

Antonia Moropoulou, coordenadora científica principal das obras de restauração da igreja, disse que as evidências estavam de acordo com as crenças históricas quando os romanos construíram o monumento na tumba.

"Este é um descobrimento muito importante porque confirma que, como foi demonstrado historicamente, que Constantino, o Grande, foi responsável por revestir a cova de pedra da tumba de Cristo com as lajes de mármore na edícula", disse a especialista da AFP.

As descobertas são especialmente notáveis porque, até agora, a evidência arquitetônica mais antiga encontrada no santuário era da época das Cruzadas, em torno do Século XI.

Em outubro de 2016, abriram a tumba pela primeira vez depois de séculos, para a delicada obra de restauração. Dentro da tumba, os cientistas encontraram uma antiga laje de mármore gravada com uma cruz.

O projeto de restauração de 9 meses custou 4 milhões de dólares, segundo informou 'The Guardian'.

Os resultados serão publicados no 'Journal of Archaeological Science: Reports'.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/estudos-confirmam-a-idade-da-tumba-de-jesus-em-jerusalem-81256/

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